Para Saussure, o signo linguístico se compõe de
duas faces básicas: a do significado – relativo ao conceito, isto é, à imagem
acústica, e a do significante – caracterizado pela realização material de tal
conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em signo, torna-se relevante
dizer acerca do caráter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão saussuriana,
nada existe no conceito que o leve a ser denominado pela sequência de fonemas,
como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de tantas outras. Fato esses que
bem se comprova pelas diferenças existentes entre as línguas, visto que um
mesmo significado é representado por significantes distintos, como é ocaso da
palavra cachorro (em português); dog (inglês); perro (espanhol);
chien (francês) e cane (italiano).
Significante (imagem acústica)
+ = Signo
Significado (conceito)
Exemplos:
Na linguística saussuriana, diz-se que a relação que une o significado
ao significante é marcada pela arbitrariedade. De forma geral, pode-se dizer
que o signo linguístico é arbitrário porque é sempre uma convenção reconhecida
pelos falantes de uma língua. Por exemplo, a ideia de garrafa e o seu
significante [g a R a f a ] mostra que existe arbitrariedade na relação
significado/significante, porque em outras línguas o registo fonético é
diferente para o mesmo significado (bottle, em inglês, ou bouteille,
em francês). Quer dizer, não existe uma relação natural entre a realidade
fonética de um signo linguístico e o seu significado.
Ainda na teoria saussuriana, consideram-se dois tipos de arbitrariedade:
a absoluta e a relativa, para dizer, respectivamente, a imotivação total do
signo (tomado isoladamente) e a motivação relativa, de que são exemplo os
derivados (pereira remete-nos para a palavra original pêra, mas o
seu sufixo -eira lembra-nos outros signos semelhantes como bananeira ou
macieira).
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